segunda-feira, 13 de julho de 2009

Lei Contra o Cristianismo

Friedrich NietzschePromulgada no dia da Salvação, no primeiro dia do ano Um
(30 de Setembro de 1888 da falsa cronologia)

Guerra de morte contra o vício:
O vício é o cristianismo

Artigo primeiro. É viciosa qualquer forma de antinatureza. O tipo de homem mais vicioso é o sacerdote: ele ensina a antinatureza. Contra o sacerdote não temos razões, temos a penitenciária.

Artigo segundo. Qualquer participação num serviço religioso é um atentado à moralidade pública. Deve-se ser mais severo com os protestantes do que com os católicos, mais severo com os protestantes liberais do que com os puritanos. Quanto mais alguém se aproxima da ciência, tanto mais criminoso é ser cristão. O criminoso dos criminosos é, por consequência, o filósofo.

Artigo terceiro. O sítio execrável, em que o cristianismo chocou os seus ovos de basilisco, deve ser arrasado e, sendo lugar ímpio na Terra, deve inspirar pavor a toda a posteridade. Deverão ser criadas aí serpentes venenosas.

Artigo quarto. A pregação da castidade é uma pública incitação ao antinatural. Todo o desprezo pela vida sexual, toda a profanação desta através da noção de «impuro» constituem o autêntico pecado contra o espírito santo da Vida.

Artigo quinto. Comer a uma mesma mesa com um sacerdote é motivo de exclusão: quem o fizer excomunga-se da sociedade honrada. O sacerdote é o nosso «tchandala»: há que proscrevê-lo, esfomeá-lo, expulsá-lo para qualquer tipo de deserto.

Artigo sexto. Deve-se chamar a história «sagrada» pelo nome que ela merece, ou seja, história maldita; deve-se empregar as palavras «Deus», «Salvador», «Redentor», «Santo», como injúrias, como designativas de criminosos.

Artigo sétimo. O resto conclui-se daqui.

O ANTICRISTO

in O Anticristo, Nietzsche

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