
Fonte: http://blogdobenett.blog.uol.com.br/
"E, havendo aberto o Sétimo Selo, fez-se silêncio no Céu por quase meia hora." Apocalipse cap. 8 vers. 1.
Melhor morrer de vodca do que morrer de tédio!Maiakosvki
A prostituta só enlouquece excepcionalmente.A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos própriosescrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira.Nelson Rodrigues
Guerra de morte contra o vício:
O vício é o cristianismo
Artigo primeiro. É viciosa qualquer forma de antinatureza. O tipo de homem mais vicioso é o sacerdote: ele ensina a antinatureza. Contra o sacerdote não temos razões, temos a penitenciária.
Artigo segundo. Qualquer participação num serviço religioso é um atentado à moralidade pública. Deve-se ser mais severo com os protestantes do que com os católicos, mais severo com os protestantes liberais do que com os puritanos. Quanto mais alguém se aproxima da ciência, tanto mais criminoso é ser cristão. O criminoso dos criminosos é, por consequência, o filósofo.
Artigo terceiro. O sítio execrável, em que o cristianismo chocou os seus ovos de basilisco, deve ser arrasado e, sendo lugar ímpio na Terra, deve inspirar pavor a toda a posteridade. Deverão ser criadas aí serpentes venenosas.
Artigo quarto. A pregação da castidade é uma pública incitação ao antinatural. Todo o desprezo pela vida sexual, toda a profanação desta através da noção de «impuro» constituem o autêntico pecado contra o espírito santo da Vida.
Artigo quinto. Comer a uma mesma mesa com um sacerdote é motivo de exclusão: quem o fizer excomunga-se da sociedade honrada. O sacerdote é o nosso «tchandala»: há que proscrevê-lo, esfomeá-lo, expulsá-lo para qualquer tipo de deserto.
Artigo sexto. Deve-se chamar a história «sagrada» pelo nome que ela merece, ou seja, história maldita; deve-se empregar as palavras «Deus», «Salvador», «Redentor», «Santo», como injúrias, como designativas de criminosos.
Artigo sétimo. O resto conclui-se daqui.
O ANTICRISTO
in O Anticristo, Nietzsche
Minha divinatória Arte ultrapassa
Os séculos efêmeros e nota
Diminuição dinâmica, derrota
Na atual força, integérrima, da Massa.
É a subversão universal que ameaça
A Natureza, e, em noite aziaga e ignota,
Destrói a ebulição que a água alvorota
E põe todos os astros na desgraça!
São despedaçamentos, derrubadas,
Federações sidéricas quebradas...
E eu só, o último a ser, pelo orbe adiante,
Espião da cataclísmica surpresa,
A única luz tragicamente acesa
Na universalidade agonizante!
(Outras Poesias, 38)